De Vitória ao Sul da Bahia: como é a viagem de carro?

Mas há um tempero a mais nesse mix de sentimentos que eu tenho pelo sul da Bahia. O sul da Bahia foi o gérmen do Rotas. Foi pesquisando para a nossa primeira viagem pra lá que eu conheci o Viaje na Viagem, do Ricardo Freire, e passei a frequentar o maravilhoso mundo dos blogs de viagem. E daí para criar o meu próprio blog foi um pulo.

São quase 15 anos frequentando o sul da Bahia anualmente (com algumas interrupções pelas “gravidezes”, bebês e pandemia). Em todas as vezes, a gente encontra um lugar novo, uma paisagem diferente para explorar. Mas uma coisa infelizmente não muda: a estrada. Ir para o sul da Bahia de carro é quase sempre uma aventura rodoviária pelas condições das estradas. Parece que enfrentar perrengues pelo caminho é uma espécie de penitência a ser paga para se entrar no paraíso. Não há outra explicação para tamanho descaso das autoridades com os acessos a um destino turístico tão famoso. 

Bom, para ser justo, eu preciso fazer 2 ressalvas. Primeiro, como diz o título do post, minhas impressões se referem ao caminho de Vitória ao sul da Bahia. Eu não conheço nadinha de nada do caminho de quem chega até lá vindo pelo norte da Bahia. E, segundo, houve uma significativa melhora nas condições da BR 101 no trecho que vai do Espírito Santo até a entrada de Mucuri depois que ela foi concedida à iniciativa privada. Aliás, a diferença desse trecho para o seguinte, que continua público, é gritante!!! Faz valer cada centavo do pedágio que você paga para trafegar por ele. 

Eu acabei de chegar do sul da Bahia depois de passar alguns dias de férias por lá. E, depois de enfrentar alguns perrengues, resolvi fazer esse post para explicar como é o caminho até lá para quem vai de carro a partir de Vitória. Quero dar não só as impressões sobre as condições atuais da estrada e também algumas dicas que podem ser bastante úteis para quem percorre esse trecho seja qual for a sua origem ou destino.

Saindo de Vitória

Rodovia das Paneleiras, principal ligação entre Vitória e Serra (Foto: Divulgação)

Para quem sai de Vitória a partir da região central, não tem erro. A BR 101 atravessa a cidade por uma sequência de avenidas “retas”, das quais a mais famosa é a Reta da Penha. Siga reto pela Reta da Penha na direção norte (sentido Serra) e você logo logo acessa o início do trecho que foi concedido à ECO 101 (consórcio de empresas que, por enquanto, administra a BR 101 no ES) no trevo de Carapina, no município da Serra. Pronto. Você já está no caminho e direção certos para o sul da Bahia. 

Mas se você está vindo de outras cidades (Rio de Janeiro ou São Paulo) e não pretende aproveitar as maravilhas que Vitória tem para te oferecer (tudo bem, eu te perdôo!), seu caminho será outro. Para economizar tempo de viagem e não ter que se preocupar com o trânsito da região metropolitana, siga pela chamada Rodovia do Contorno, um desvio da BR 101 que liga o município de Cariacica à Serra sem passar por Vitória. 

Esse provavelmente vai ser o trajeto mais rápido que o Google Maps vai te apresentar. Mas o que o Google Maps não vai te dizer é que você não deve fazer esse trajeto em hipótese alguma à noite. Pelo menos, eu não recomendo. Essa rodovia passa por algumas regiões dominadas pelo tráfico e não são raros os casos de assaltos por lá (só para você ver um exemplo recente). De dia, com o grande movimento da rodovia, ok. De noite, não. Aí eu aconselho pegar a direção de Vitória no anel da BR 101 em Cariacica e passar “por dentro”, como a gente fala.

Se precisar de hospedagem para pernoitar em Vitória, basta seguir as dicas deste post. Mas se você tiver tempo para esticar um pouco mais a viagem antes de parar para descansar, há outras opções de hospedagem em cidades mais à frente, como eu vou mostrar. Nesse caso, ainda no Espírito Santo, aposte nas cidades de Linhares ou São Mateus. Basta calcular se o seu tempo de viagem lhe permite chegar até elas. 

De Vitória a Linhares

Trecho duplicado em Ibiraçu (Foto: Fernando Madeira, A Gazeta)

O primeiro trecho da viagem a partir de Vitória é, sem dúvida, o melhor de todo o trajeto. Não só pela condição do asfalto – que, a bem da verdade, se estende por todo o trecho da concessão – mas, principalmente, pela presença de trechos com duplicação ou faixas auxiliares. 

Para quem está acostumado com os grandes anéis viários do eixo Rio-São Paulo, é bom ajustar as expectativas. A BR 101 de Vitória ao sul da Bahia NÃO É DUPLICADA! Essa é uma promessa que seria concretizada com a concessão da rodovia, mas que praticamente não saiu do papel!! Dos 380 km de estrada previstos para serem duplicados nos primeiros 10 anos da concessão, apenas 46 km foram efetivamente entregues e a maioria está no trecho sul (de Vitória ao Rio). No trecho norte (em direção à Bahia), eu contei aproximadamente 5 km de duplicação – sem considerar as faixas auxiliares e os trechos urbanos, que já eram duplicados – nas imediações de João Neiva e Ibiraçu. 

Mas, enquanto a duplicação não vem (e, pelo visto, ela ainda vai demorar muito…), a gente aprende a se contentar com o que tem e a reconhecer que, nesse primeiro trecho, o sonho já está um pouquinho mais real. 

De Vitória a Linhares são 140 km. Mas espere gastar 2h30 de viagem porque você ainda vai precisar enfrentar os trânsitos de Fundão e Ibiraçu, que embolam bastante a depender do fluxo.

Um pouco antes de chegar a Fundão, você vai encontrar a primeira praça de pedágio (R$4,50 em janeiro de 2023). A Eco 101 tem cabine de cobrança automática para quem tem tags Sem Parar, ConectCar, Veloe entre outros. Nas outras cabines, o pedágio pode ser pago em dinheiro, débito, PIX ou PicPay.

O Buda Gigante do Mosteiro Zen Budista (Foto: Fernando Madeira, A Gazeta)

Entre Fundão e Ibiraçu fica o famoso Buda Gigante, do Mosteiro Zen Budista. Se quiser parar para tirar foto, é bom fazê-lo na ida porque, na volta, você vai gastar mais tempo para fazer um retorno um pouco longe.

Para quem não sabe, a cidade de Ibiraçu é um tradicional ponto de parada por causa de sua localização estratégica. Ela está próxima ao cruzamento da BR 101 com a BR 259, que vem de Colatina. São várias lanchonetes que se anunciam detentoras do melhor pastel com caldo de cana do Brasil. Se quiser parar para experimentar, aposte nas seguintes: Parada Ibiraçu (que tem até franquia), Califórnia e Sfalsin. Para um almoço de verdade, a Rota 101 tem um ótimo self-service.

Para facilitar, veja no Google Maps aquela que está no mesmo sentido da sua via. Mas, exceto pelo grande tráfego de caminhões, não há qualquer dificuldade em cruzar a rodovia para acessar o estabelecimento na mão contrária.

Um pouco antes de chegar a Linhares, mais uma praça de pedágio (R$4,60 em janeiro de 2023).

Se precisar pernoitar, eu aconselho ir até Linhares. A cidade é uma das maiores do interior do Espírito Santo e tem boas opções de hotéis. Tem opções à beira da BR e outras que ficam mais próximas do centro. Eu nunca me hospedei em Linhares, embora ela sempre fique no meu radar na volta (mas eu acabo parando em São Mateus). Dos hotéis que eu vejo por lá, eu costumo gostar do BHS, Conceição, Days Inn e do Design Hotel.

O Los Pagos também me parece uma boa opção. Não consegui ver muitas fotos dos quartos pela internet, mas ele tem um ótimo restaurante self-service com churrasco. É onde eu costumo me programar para almoçar na ida dependendo da hora que a gente sai.

De Linhares a São Mateus

As longas retas entre Linhares e São Mateus (Foto: Fernando Madeira, A Gazeta)

O trecho seguinte tem 83 km de extensão e é quase todo reto. O rendimento da viagem poderia ser até maior não fosse por 3 fatores: o intenso tráfego de caminhões gigantes carregando toras de eucalipto, a ausência de faixas auxiliares para ultrapassagem e o terreno bastante acidentado, com longos aclives e declives. Espere gastar 1h20 até São Mateus. 

Eu sei que as longas retas desse trecho da estrada são um convite à ultrapassagem, especialmente quando você está atrás de um caminhão. Mas não ceda à tentação. A visibilidade nos aclives e declives pode ficar prejudicada e a presença de animais na pista é uma constante nas imediações da Reserva Biológica de Sooretama e não raro causa acidentes graves.

Fora isso, o tempo de viagem se encontra momentaneamente prejudicado em função de 2 desvios temporários que foi preciso fazer para contornar os trechos da BR que cederam em função das chuvas de dezembro. Pelo menos, os trechos estão bem sinalizados e os desvios foram feitos em questão de dias, ao contrário da situação da BR na Bahia, como eu contarei mais à frente. 

Nessa parte da viagem, não conte com paradas. O melhor a fazer é chegar a São Mateus.

Antes de chegar à cidade, você passará pela terceira praça de pedágio (R$4,90 em janeiro de 2023).

São Mateus é outra cidade próspera do interior do Espírito Santo em função das atividades petroleiras. A quantidade de forasteiros que trabalham por lá fez nascer alguns hotéis voltados para esse tipo de público. Mas a chegada do Ibis Styles – às margens da BR 101 – facilitou bastante a escolha para quem precisa pernoitar durante a viagem. Conforto na medida e localização estratégica para quem não quer perder tempo com um desvio no centro da cidade. 

O quarto do Ibis Styles São Mateus

Foi lá que nós nos hospedamos nessa última viagem na volta e a diferença em relação ao Norte Palace (que já teve dias melhores, mas precisa de uma reforma urgente) é bem grande.

De São Mateus ao trevo de Mucuri

De São Mateus até o trevo que dá acesso a Mucuri, na Bahia, são mais 85 km. É o último trecho (ainda) administrado pela Eco 101. Aproveite a lisura do asfalto antes de se preparar para o que vem pela frente.

Após o município de Pedro Canário, está a última praça de pedágio ($3,70 em janeiro de 2023), completando o total de R$17,70 que você pagará para chegar até aqui. Espere chegar ao destino final antes de decidir se valeu a pena pagar tanto.

Nesse trecho, eu não vejo qualquer ponto interessante de parada. Mas vale dizer que as entradas para Conceição da Barra, Itaúnas e Costa Dourada (a primeira praia da Bahia) ficam ao longo desse trajeto. Então, para quem quer incluir alguns desses destinos na viagem, é bom ficar atento às placas.

Ano passado, inclusive, eu dividi a nossa viagem entre Costa Dourada e Trancoso. Uns dias num bangalô do Manoá Eco Villa fizeram toda a diferença para tornar menos cansativas as 9 horas de viagem até o destino final. Mas isso é assunto para outro post. Por ora, basta dizer que 2 noites em Costa Dourada são o mínimo que você precisará ficar lá para fazer valer a aventura que é chegar até o condomínio.

Do trevo de Mucuri a Eunápolis

Trecho da BR 101 em Itabatã (Foto: Rubens Floriano, O Ponto News)

Aqui começa o trecho mais hard core da sua viagem: não por acaso, aquele que ainda não foi concedido à iniciativa privada. São 220 km que você, com sorte, percorrerá em 3h30 se o universo conspirar a seu favor. Caso contrário, considere gastar 4 horas se nenhuma outra circunstância excepcional atrapalhar o seu itinerário, como foi o meu caso nessa última viagem. 

Acredite. Por causa das chuvas de dezembro, a condição do asfalto – que já não era lá essas coisas – ficou ainda pior. Há trechos, como nas imediações de Itabatã, em que a BR vira um protótipo de queijo suíço rodoviário, tamanha a quantidade de buracos que a gente precisa enfrentar. E sequer existe um acostamento decente para o caso de você precisar parar o carro em uma situação de emergência.

É um verdadeiro suplício.

A situação só melhora nas imediações de Teixeira de Freitas e Eunápolis, duas das maiores cidades do sul da Bahia. Por ali, o asfalto melhora, mas há sempre um buraco perdido pelo meio do caminho ou uma ribanceira prestes a desabar com as chuvas para te pegar de surpresa. Trafegar em alta velocidade é altamente desaconselhado, principalmente se você estiver dirigindo à noite, quando a visibilidade diminui. 

Na verdade, para ser bem sincero, diante da atual condição da rodovia eu desaconselho fortemente trafegar por esse trecho da rodovia à noite. E não falo só pelos buracos, digamos assim, “comuns”. Falo principalmente pelos eventos extraordinários que você pode encontrar pelo caminho, como a tal cratera aberta pelas chuvas em dezembro de 2022 e que até hoje não está sinalizada!!!!! Não por acaso, nas vésperas da minha viagem, houve um acidente em uma madrugada que acabou interditando o desvio que fora improvisado para contornar o buraco. Por sorte, os ocupantes saíram ilesos (veja aqui)!

Eu particularmente já não dirijo à noite por uma limitação pessoal que prejudica a minha visão noturna. Por causa disso, eu sempre me programo para pernoitar em Teixeira antes de seguir viagem. Dessa vez, como nós chegamos a Teixeira no meio da tarde, eu cogitei esticar até Itamaraju para aproveitar o restinho de luminosidade. Mas, por sorte, nós desistimos da ideia: a tal cratera está exatamente no trecho entre Teixeira e Itamaraju!

Antes de falar sobre a tal cratera, eu só preciso dizer que, antes de chegar a Teixeira, mais precisamente no trevo de Posto da Mata, você tem o acesso à BR 418 que leva às praias de Nova Viçosa, Caravelas, Alcobaça, Prado (incluindo Cumuruxatiba e Corumbau). Para Caravelas, Alcobaça e Prado existem entradas mais à frente pelos municípios de Teixeira e Itamaraju. Mas aí o acesso é feito por rodovias estaduais baianas que, pelo pouco que vi ao trafegar por trechos de algumas delas, estão piores que a BR 101. Na volta, eu fui obrigado a fazer o desvio por Prado/Alcobaça/Posto da Mata para fugir da tal cratera e posso assegurar que a BR 418 está em condições melhores que a própria 101 “baiana”. Eu, pessoalmente, iria por ela. 

Para quem vai pernoitar em Teixeira, minha dica é a Lord Pousada e Restaurante. Além da localização extremamente estratégica – às margens da BR 101 -, o quarto da Pousada é bem confortável e a comida do restaurante, boa.

Lord Hotel e Restaurante

Por causa disso, na volta, a gente sempre se programa para parar na Lord para o almoço.

Mas aí, no caminho entre Teixeira e Itamaraju, mais precisamente no km 817 da BR 101, você encontra uma cratera gigante que, tal qual no Espírito Santo, interditou os dois lados da via desde o final de dezembro por causa das chuvas.

Foto: Divulgação (Correio 24 Horas)

Mas, diferentemente do Espírito Santo, a interdição perdura até hoje, sem uma sinalização adequada e sem um desvio oficial para minimizar o transtorno. Pelo menos até o dia da minha ida, se você não estivesse por dentro dos noticiários locais, você simplesmente chegava à beira da cratera e parava o carro sem saber como aquilo aconteceu e o que fazer para atravessar aquele buraco. Dali em diante, você conversava com outros motoristas e, depois de um disse-não-disse, resolvia encarar uma das duas alternativas: voltar à Teixeira para pegar o desvio por Prado ou seguir pelo desvio improvisado por moradores em meio a fazendas (veja aqui). 

O desvio da BR 101 improvisado por particulares

Eu segui a manada da ocasião e fui pelo desvio. Duas horas depois eu até consegui chegar ao outro lado da BR, mas definitivamente eu não faria isso de novo. Foram momentos tensos, ou parado no meio de lugares ermos ou tentando atravessar estradas de chão íngremes e estreitas, em que praticamente só passava um carro. Foi uma aventura, para dizer o mínimo do mínimo. Uma aventura que eu não encararia novamente, tanto que, na volta, diante da permanência da interdição (!!!!!), eu optei por pegar o desvio por Prado. Gastei as mesmas 2 horas para chegar ao outro lado da BR. Mas, pelo menos, corri riscos menos “extremos”, digamos assim.

Tá certo que essa cratera é uma situação excepcionalíssima e que foi causada pelas fortes chuvas que atingiram o Espírito Santo e o sul da Bahia em dezembro. Mas as condições normais da BR 101 na Bahia me fazem desaconselhar o tráfego noturno. Com sorte e um pouquinho de agressividade ao volante, é possível fazer o trajeto Vitória X Porto Seguro em 9 horas, saindo cedo e chegando ainda com sol. Mas, se você for cauteloso na direção, como eu, e preferir não contar com a sorte, conte gastar 10 a 11 horas e, nesse caso, se não quiser dirigir à noite, o melhor é pernoitar em alguma cidade pelo caminho.

No meu caso, Teixeira é sempre a primeira opção. Nós nunca pernoitamos em Itamaraju, a cidade seguinte. Mas confesso que sempre fico de olho na Pousada Vista da Pedra. Um dia, quando eu conseguir esticar a viagem até Itamaraju na ida, será nela que nós iremos ficar.

Depois de Itamaraju, mais precisamente no povoado de Monte Pascoal, fica o acesso para Caraíva. Aqui um alerta. Existe um acesso alternativo no povoado de Montinho, que fica antes de Monte Pascoal. Esse é o acesso que o Google Maps costuma indicar por ser mais “rápido”. Mas vai por mim. Para Caraíva, ignore completamente o Google Maps. O trajeto que ele traça passa por estradas que, às vezes, cortam fazendas e que não são patroladas pelo poder público municipal. Daí a chance de você se deparar com uma estrada interditada por toras de eucalipto é enorme!!! (Acredite! isso já aconteceu comigo!!!)

Mesmo no acesso “principal” (pelo povoado de Monte Pascoal), a rota do Google Maps pode não coincidir com as placas indicativas da direção de Caraíva. Nesse caso, ignore o Google e siga as placas. Elas apontam caminhos que podem até ser mais “lentos”, mas certamente serão mais seguros.

De Caraíva é possível subir para a Praia do Espelho e Trancoso “por dentro”. Nesse caso, o trajeto se dá majoritariamente por estradas de terra. São 40 minutos até o Espelho e outros 40 até Trancoso. Mas se a ideia é começar “por cima” – ou nem passar por Caraíva – aí o melhor é seguir pela BR 101 até Eunápolis, onde fica o trevo que dá acesso à BR 317, que vai até Porto Seguro. É nessa BR que ficam as entradas de Arraial (BA 986) e Trancoso (BA 001). 

O trecho da BR 101 até Eunápolis não é dos piores. Tem até faixa auxiliar em um aclive! Uma raridade!!! Mas é bom não se descuidar. Tem sempre um ou outro buraco perdido e pronto para machucar a roda do seu carro.

Além disso, uma cratera igualzinha a que hoje está entre Teixeira e Itamaraju se abriu entre Itabela e Eunápolis em 2021 (veja aqui). Em resumo, as condições da estrada nesse trecho variam bastante de um ano pro outro e dependem de uma série de fatores. Por isso, toda cautela é pouca.

De Eunápolis a Porto Seguro

Preciso ser honesto. Nesses meus anos de idas e vindas ao extremo sul da Bahia, eu nunca fui diretamente pra Porto Seguro. Meu destino oficial costuma ser Trancoso, lugar sobre o qual eu já fiz vários posts aqui no Rotas. Por isso que o meu conhecimento da BR 317 vai até o acesso à BA 001, rodovia que vai até Trancoso.

Mas, pelo menos no que se refere aos 35 km iniciais da BR 317, as condições da estrada atualmente estão bem satisfatórias. Até melhores que a BR 101 “baiana”, eu diria. 

No caso da BA 001, a situação é um pouco pior. Em alguns trechos, a rodovia chega a perder o asfalto e vira uma estrada de terra. Mas, a essa altura, você já estará escaldado com os buracos e praticamente a 2 passos do paraíso. A gente até releva!

O trajeto todo entre Eunápolis e Trancoso tem 85 km, que a gente faz em 1h 30. Bem no início da BR 317, na saída de Eunápolis, tem um posto BR, o Salim, que tem uma cafeteria ótima para uma pausa. É lá que eu costumo parar para reabastecer e fazer um lanche antes de chegar ao destino final.